segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Capítulo 1


16 de dezembro
Querido Diário... Hoje, é o melhor e o pior dia da minha vida. Por quê? Primeiro porque eu vou passar o dia com minha melhor amiga, a Miley. Nós vamos ao shopping estourar o limite do cartão dos nossos pais. O ruim é que essa é a ultima vez que vamos fazer isso. Amanhã ela vai viajar para morar com a mãe... na Alemanha. Sim, isso mesmo. A mãe dela mora na Alemanha.
Nós somos melhores amigas por mais de 11 anos e agora nós vamos nos separar por causa disso. Provavelmente, essa será a última vez que a gente vai se ver. Meus pais têm dinheiro para comprar uma passagem para mim, mas acho difícil eu querer viajar para lá. Ainda mais por causa do fuso-horário... O quê que eu estou dizendo? Eu nem sei qual é a diferença entre as horas daqui e as de lá.
Agora são 05h45min AM e eu aqui escrevendo... Eu estou meio cansada. Passamos o dia tirando fotos ontem. Prometemos manter contanto sempre, mas eu sei a realidade. Por mais que a Miley seja a minha melhor amiga, eu tenho certeza que depois que a gente se separar, a amizade não vai ser tão forte como antes. Não existe essa de “não importa a distancia, estaremos sempre juntas”. Eu sei por que eu já tive vários amigos assim. Eles vão embora e voltam como se não nos conhecêssemos mais. Um exemplo disso...
Nossa, eu acabei cochilando aqui. Desculpa, diário, eu acabei babando um pouquinho em você. Realmente é melhor eu ir dormir. Já está clareando e eu preciso estar de pé às 05h00min em ponto.
                                                                                                                     Brianna Messi, 05h51min
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Acorda! Anda, levanta essa bunda! ―Gritou toda animada pulando em mim e na cama.
Eu havia levado o maior susto. Estava dormindo tão bom quando uma doida pulou na minha cama e começou gritar.
O quê? Hã? ―Eu estava completamente zonza por ter sido acordada daquela maneira.
Amiga, vou te dizer uma coisa sincera: Parece que você foi para a farra ontem, voltou bêbada e agora está de ressaca. Cabelo bagunçado, olheira de panda, sem maquiagem.
Ah, vá! Dá um desconto, Miley. Eu passei a noite em branco ontem.
―Mas hoje é um dia especial... Você precisa de um corretivo, pó, blush... ―Disse Miley mexendo nas minhas maquiagens.
―Eu tinha esquecido o quão folgada você é... ―Eu disse procurando algo para calçar.
―E eu tinha esquecido o quão preguiçosa você é. Já são 08h29min e você aí dormindo, Brie.
―Cedo demais pra mim acordar. Nas férias eu dormia até 3 da tarde.
Depois de algum tempo, eu e Miley descemos as escadas. Na minha casa moravam meu irmão, Sam, minha mãe e eu. Mas Sam passava mais tempo fazendo trabalhos para a faculdade e minha era aeromoça e viajava muito. Eu tinha a casa toda pra mim, mas confesso que nem sempre era legal ficar sozinha...


Meu irmão já estava sentado à mesa, minha mãe servia o café recém-preparado em uma caneca de porcelana branca.

―Miley, querida, junte-se a nós. Eu preparei o café correndo, mas garanto que ficou bom. ―Disse minha mãe
―Obrigada, Sra. Messi, mas eu já tomei café.
―Oh, tudo bem então. Mas e você, Brianna, vai tomar café?
―Você viajar de novo? ―Eu perguntei cruzando os braços.
―Filha...
―Olha... Quer saber? Esquece. Eu nem me importo mais. ―Às vezes eu ficava inconformada. Minha mãe passava mais tempo com estranhos do que comigo.
―Você que sou eu quem paga as contas. Eu queria passar mais tempo com você e seu irmão, mas realmente eu não posso sair do trabalho. E também –
―Mãe! Chega, eu já entendi.
O clima ficou tenso. Ninguém dizia nada e nem olhavam um no rosto do outro. Eu cheguei a passar manteiga em um pãozinho que estava sobre a mesa, mas aquele silêncio era sufocante, insuportável. Soltei a faca, levantei-me sem dizer nada e saí. Miley me seguiu e apenas disse um “tchau” rápido para se despedir.
―O que foi aquilo? ―Perguntou ela lá fora para mim.
―Por que a surpresa? Isso acontece direto, você sabe.
―Eu sei, mas... Sei lá. Eu só acho que você deveria ser mais compreensível com sua mãe.
―Eu não quero falar sobre isso, ok?
―Você quem sabe. Mas se quiser conversar, eu estou aqui.
―Mudando de assunto. Mas e aí, Miley? A gente vai a pé ou...?
―A gente podia pegar uma carona com o Adam. Você tem o telefone dele?
―Ah, não! Aquele cara não. ―
Adam me dava raiva. Desde que eu tinha 14 anos, ele me perseguia. Eu não julgo as pessoas pela aparência, mas namorar ele seria suicídio social. Ainda mais numa escola como a minha: Grupinho popular, grupinho mais ou menos popular e grupinho não-popular.
O grupinho popular era só das pessoas que eram bem conhecidas na escola e que eram bonitas. Exemplo: Jogadores de futebol, animadoras de torcida e poucas vezes amigos de populares.
O grupinho dos mais ou menos populares: Nessa categoria entram a maioria dos amigos de populares e pessoas que tentavam fazer de tudo para ser do grupo dos populares. Os presidentes do Grêmio Estudantil, os jogadores de basquete, etc.
O grupo dos não populares: Os nerds, os góticos, os gays e os esquisitos. Pessoas que não se importavam se eram populares ou não. Eram excluídos por todo mundo, mas muito usados quando alguém dos populares ou dos sub-populares precisavam.
Eu fazia parte dos populares apesar de não fazer muita questão disso. Talvez pelo fato de Miley e eu já termos ganhado várias vezes a coroa de rainha do Baile de Formatura ou pelo fato de que nós éramos animadores de torcida.
Ps: Estou tentando melhorar....